sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O que você quer ser quando morrer?

Seja lendo Shakespeare, Machado de Assis ou Franz Kafka, não consigo deixar de pensar no legado que esses indivíduos deixaram. Não me refiro apenas ao legado cultural, mas ao incrível rastro de admiração e popularidade que "adquiriram" ao longo de tanto tempo após as suas mortes. Há outros vários exemplos mais modernos, na música, no esporte, nas artes cênicas...


Me peguei pensando: o que eu quero ser quando morrer, que legado eu quero deixar? Muitos dizem não se importar com isso, que uma vez cessado o seu tempo de vida na terra, o que fica para trás é irrelevante... mas então, o que mais resta? Da vida nada se leva, é fato, mas e o que se deixa, não deveria ser valorizado, pesado, almejado?

Ao pensar em um exemplo, lembrei de uma reportagem de um jornal local sobre um personagem simples e, ao mesmo tempo, ilustre. Um alfaiate (cujo nome não lembro, infelizmente) que viveu na cidade de Manaus há mais de sessenta anos. Ele tecia roupas para figuras importantes, políticos e artistas da época e teve alguns problemas devido a sua simpatia pelos ideais comunistas. Mas o que mais me chamou atenção na reportagem, na verdade, foi o trecho em que uma de suas descendentes dizia: “ Por todas as gerações em nossa familia, ele é e será para sempre lembrado como a nossa referência de uma pessoa íntegra, fiel às suas posições e ao amor pela sua família”. Se não der tempo de eu escrever um Best-seller ou realizar algum outro feito notável, por Deus, isso já me bastaria.



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2 comentários:

  1. Vez ou outra me pegava pensando nisso. Vontade de deixar algum feito inesquecível registrado na história. Hoje vejo que deixar sua marca próxima às pessoas que se ama já é um feito respeitável!

    Abraços, meu caro!

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  2. Deixar uma marca nas pessoas ao nosso redor é até mais importante que uma marca na história. É melhor ser lembrado para alguém amado do que para milhões de estranhos.

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