segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A Morte e Eu


Houve um tempo que eu tomava a morte como um símbolo, uma representação de algo remoto, uma leve fagulha num túnel incrivelmente extenso. Na minha mente infantil, esse túnel levara meu avô, minha bisavó, minha tia-avó...Não sentia que fosse algo natural, era apenas...distante.

Com o passar dos anos, outros vieram a trilhar o mesmo caminho, minha tia, amigos de parentes, vizinhos...mas a luz ainda era fraca, mal se podia enxergar. Uma ausência era percebida, sim, mas logo se esvaia diante da alegria das brincadeiras que, para um menino de 12 anos, eram tudo o que mais importava no mundo.

Então, há um momento em que a morte passa a ser uma realidade, natural, que seja, mas incrivelmente cruel. Pessoas importantes se vão (não que as outras não tenham sido, mas AGORA era diferente), minha avó, meu tio querido... A dor é imensa, mas aquela luz não queima, ela é visível o suficiente para que eu saiba que ela existe, mas ela não me amedronta, só traz ( e causa) saudade.

Obviamente, pessoas continuam partindo ao longo dos anos, mas chega uma hora que você percebe que essas pessoas não são mais aqueles parentes, vizinhos e amigos mais velhos dos seus pais...são os SEUS amigos, colegas de escola, de trabalho, pessoas da SUA idade. Aí, então, você pára e percebe que agora tem a idade que seus pais tinham na imagem eterna que tem deles na memória... E talvez pela primeira vez, você sinta medo! Eu senti...

O único e verdadeiro conforto é crer e saber que Deus está no controle de tudo.  Não há nada, meus amigos, que NÓS possamos fazer.