Outro dia estava falando sobre ética e o quanto me incomoda o fato de algumas pessoas simplesmente não entenderem a definição dessa palavra e, por conta disso, não a praticarem em nenhuma área de suas vidas. No entanto, aprendi com o tempo que, para exercitar a tolerância sem sufocar e reter sentimentos negativos ( que possam vir a causar uma úlcera nervosa no futuro), é preciso tentar, por mais difícil que seja, se colocar no lugar dessas pessoas e entender o seu ponto de vista. Para tanto, é vital entendermos a diferença entre moral e ética. A moral é a forma como o indivíduo conceitua as coisas que o cercam com base na sua vivência pessoal e/ou cultural. Por exemplo, uma criança nascida em uma família de ladrões, achará simplesmente normal se apossar de algo que não lhe pertença. Já a ética tem sempre como finalidade o bem-estar coletivo, é o conceito universal que contêm os valores necessários para que possamos conviver harmoniosamente em sociedade.
Um exemplo simples, que talvez explique melhor os dois conceitos, seria o daquele garoto, o “dono da bola” na pelada de rua, que ao ser criticado pelos colegas por sua falta de habilidades futebolísticas, enraivecido, leva embora a única bola do jogo, frustrando assim, todos os outros participantes da brincadeira. A moral desse garoto faz com que tome sempre tal atitude ao ser contrariado e talvez não seja sua culpa o fato de ignorar a total falta de ética do seu comportamento. Ele talvez ainda não tenha tido tempo de aprender ou não tenha sido apresentado a conceitos como individualismo e coletividade.
Chego a conclusão, portanto, que as pessoas que simplesmente não conseguem ter a percepção de suas atitudes antiéticas, são indivíduos que, por terem tido uma educação escolar ou doméstica falha, não desenvolveram a capacidade do bom senso, ou seja, não conseguem se adequar às regras e costumes e, por isso, não são capazes de fazer bons julgamentos e escolhas. Alguns exemplos do dia-a-dia: o “amigo” inconveniente que só faz brincadeiras ofensivas e nunca pede desculpas, aquele colega de trabalho que sempre aponta os erros dos outros nas reuniões, o primo que pede dinheiro emprestado, nunca devolve e nem toca no assunto. Obviamente, esses são exemplos light, a falta de ética e/ou uma moral distorcida pode trazer consequências muito mais drásticas, dependendo do nível de poder ou hierárquico de cada indivíduo: políticos, policiais, juízes, médicos...entre outros.
Uma possível solução para esse problema seria introduzir o ensino da matéria ética desde a educação infantil, para que os detentores do futuro já tragam na bagagem os conceitos de certo e errado. Melhor ainda seria se esse apoio pedagógico se estendesse até os país desses jovens, para que o que fosse ensinado na escola não se perdesse pelo caminho.
Se você ( que lê isso agora) é um pai ou uma mãe, preocupe-se com essa questão agora, enquanto é tempo. No passado, quem sabe, uma simples aula sobre ética para certas crianças como Adolf Hitler, Stalin e George Bush, pudesse ter mudado o rumo da história.
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