quarta-feira, 6 de abril de 2011

Respostas

Todos os dias eu vou correr no campo de areia em um parque próximo de casa. O Seu Francisco também vai lá todos os dias, quase sempre nos mesmos horários. Sempre o vejo com seu material de trabalho (um carrinho de mão, uma pá e duas tábuas), carregando areia de uma extremidade do local até a outra. Uma tarefa braçal brutal e interminável, pois as atividades esportivas no local são freqüentes, o campo não é dos menores e, na maioria das vezes, o trabalho é realizado sob um sol escaldante.


Após observar seu trabalho por quase duas semanas, hoje pude conversar e conhecer um pouco da história de vida do Seu Francisco. Uma história, como era de se imaginar, como muitas outras: de perdas, falta de oportunidade, portas fechadas e muito, mas muito trabalho mesmo.

Entre tantas coisas que ele me disse, algumas frases chamaram minha atenção em especial; “tem que viver um dia de cada vez, meu filho”, ele me disse, se referindo às dificuldades de sobreviver com um salário mínimo e tendo dois filhos ainda pequenos. E completou: “se eu fosse esperar as coisas melhorarem não teria nunca tido nenhum dos meus filhos. Me arrependo de nada, não!”. Ao indagá-lo sobre o que vai fazer quando o corpo não mais resistir a um trabalho tão pesado, ele me respondeu sorrindo e com um ar um tanto despreocupado: “ah, aí Deus ajuda. Ele já me trouxe até aqui, não é mesmo?”.

Quando vou ali correr todos os dias, minha mente divaga e, quase sempre, meus pensamentos estão voltados para os problemas da minha vida e aos costumeiros e choramingosos questionamentos: como, por que, pra quê, quando...?

Hoje sai daquele campo mais feliz do que entrei, por Deus ter me “enviado” o relato do Seu Francisco e por me permitir escolher ir até aquele campo, também todos os dias, mas apenas para correr.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quão ética é a sua moral?

Outro dia estava falando sobre ética e o quanto me incomoda o fato de algumas pessoas simplesmente não entenderem a definição dessa palavra e, por conta disso, não a praticarem em nenhuma área de suas vidas. No entanto, aprendi com o tempo que, para exercitar a tolerância sem sufocar e reter sentimentos negativos ( que possam vir a causar uma úlcera nervosa no futuro), é preciso tentar, por mais difícil que seja, se colocar no lugar dessas pessoas e entender o seu ponto de vista. Para tanto, é vital entendermos a diferença entre moral e ética. A moral é a forma como o indivíduo conceitua as coisas que o cercam com base na sua vivência pessoal e/ou cultural. Por exemplo, uma criança nascida em uma família de ladrões, achará simplesmente normal se apossar de algo que não lhe pertença. Já a ética tem sempre como finalidade o bem-estar coletivo, é o conceito universal que contêm os valores necessários para que possamos conviver harmoniosamente em sociedade.


Um exemplo simples, que talvez explique melhor os dois conceitos, seria o daquele garoto, o “dono da bola” na pelada de rua, que ao ser criticado pelos colegas por sua falta de habilidades futebolísticas, enraivecido, leva embora a única bola do jogo, frustrando assim, todos os outros participantes da brincadeira. A moral desse garoto faz com que tome sempre tal atitude ao ser contrariado e talvez não seja sua culpa o fato de ignorar a total falta de ética do seu comportamento. Ele talvez ainda não tenha tido tempo de aprender ou não tenha sido apresentado a conceitos como individualismo e coletividade.

Chego a conclusão, portanto, que as pessoas que simplesmente não conseguem ter a percepção de suas atitudes antiéticas, são indivíduos que, por terem tido uma educação escolar ou doméstica falha, não desenvolveram a capacidade do bom senso, ou seja, não conseguem se adequar às regras e costumes e, por isso, não são capazes de fazer bons julgamentos e escolhas. Alguns exemplos do dia-a-dia: o “amigo” inconveniente que só faz brincadeiras ofensivas e nunca pede desculpas, aquele colega de trabalho que sempre aponta os erros dos outros nas reuniões, o primo que pede dinheiro emprestado, nunca devolve e nem toca no assunto. Obviamente, esses são exemplos light, a falta de ética e/ou uma moral distorcida pode trazer consequências muito mais drásticas, dependendo do nível de poder ou hierárquico de cada indivíduo: políticos, policiais, juízes, médicos...entre outros.

Uma possível solução para esse problema seria introduzir o ensino da matéria ética desde a educação infantil, para que os detentores do futuro já tragam na bagagem os conceitos de certo e errado. Melhor ainda seria se esse apoio pedagógico se estendesse até os país desses jovens, para que o que fosse ensinado na escola não se perdesse pelo caminho.

Se você ( que lê isso agora) é um pai ou uma mãe, preocupe-se com essa questão agora, enquanto é tempo. No passado, quem sabe, uma simples aula sobre ética para certas crianças como Adolf Hitler, Stalin e George Bush, pudesse ter mudado o rumo da história.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Indomável Tempo que Passa

A necessidade de organizar o tempo é uma preocupação humana recente, levando em consideração que homem primitivo se preocupava apenas em conseguir alimento e chegar vivo ao fim de cada dia. A Revista Superintessante, em sua edição de dezembro de 2010, trouxe uma excelente matéria sobre o controle do tempo, com conceitos e dicas de como gerenciar o seu. A seguir um breve resumo desse relevante arquivo.

Tipos de pessoas e sua relação com o tempo:

Foco no Passado

Pessoas que têm foco positivo no passado gostam de montar álbuns de família e, na variação negativa, ficam remoendo o que poderia ter sido.

Algumas características:

TEIMOSIA

Em vez de tentar algo novo, como trocar o coador de café por uma cafeteira, preferem manter os velhos hábitos.

FIXAÇÃO

Evitam comidas novas, não se expõem a músicas ou filmes não familiares e têm dificuldade em cultivar novas amizades.

NOSTALGIA

Brincam de se cercar de símbolos do passado. Podem ser fotos antigas ou até produtos que consumiam na infância.

SEGURANÇA

Não são de correr riscos, optando pelas soluções que já conhecem. Mesmo que surjam produtos revolucionários , tendem a continuar usando os antigos.

Foco no Presente

É o tipo mais comum...Afinal, é nele que o ser humano viveu durante milhares de anos, quando tudo o que importava era sobreviver. É impulsivo e ansioso, sempre se divertindo ou buscando a diversão. Pode ser tanto a alma da festa, como ter tendência à depressão.

Algumas características:

SEDENTO

Impulsivos, têm mais possibilidade de se complicar com álcool e outras drogas.

SEDENTÁRIO

Pouco adeptos de exercício, comem mal, sabotam dietas e vão pouco ao médico.

PERDULÁRIO

Gasta o que não deve e o que não tem, valorizando a satisfação do consumo imediato.

PERDIDO

Não é pontual,privilegiando a vida pessoal e compromissos

Foco no Futuro

Planejar, poupar e se conter são as prioridades. E a perspectiva que todos gostariam de ter. Passa a ser um problema quando o olho no amanhã o impede de aproveitar o hoje.

Algumas características:

LOGÍSTICA

Compram antes ou estocam aquilo que sabem que vão precisar

PRECAUÇÃO

Não costumam ter surpresas- e não gostam delas. Fazem tudo para que a coisa siga conforme o plano.

POUPANÇA

Bem-sucedidos profissionalmente , cuidam das finanças e costumam estar preparados para emergências.

CONTROLE

Pesam a gratificação imediata contra os custos futuros, o que se reflete em uma alimentação mais saudável, por exemplo.

PREVENÇÃO

Pensando no futuro, tendem a ter menos vícios, dirigir mais devagar e usar camisinha. Fazem exercícios e marcam exames preventivos.

Dicas interessantes para alcançar o tão almejado equiíbrio:

Observe
Procura andar mais com quem foca no futuro. Veja o mundo deles. É preciso ter um exemplo próximo de alguém que cumpre metas,para acreditar que é possível.

Inverta
Reordene sua caixa de entrada de emails para que os mais antigos fiquem no alto da lista. Resolver o passado libera o futuroAliás, isso vale para muito mais coisas além de email.

Distraia-se
Não precisa se punir quando estiver com a cabeça em outra coisa: vagabundagem mental é essencial para o processo criativo. Um minuto de distração pode inspirar horas de foco.

Cronometre
Subestimamos o tempo das tarefas, seja por ignorar a duração delas no passado, seja por não prever imprevistos. Descubra o tempo que as coisas duram para se planejar direito.

Evite
Aprenda a dizer “não”- saber o que não fazer é tão importante quanto saber o que fazer. Tempo é precioso: dê um pouco a si mesmo.

Pare
Agende blocos de tempo apenas para pensar em seus dilemas- um momento sem TV, computador ou telefone, só com você. Se quiser, pode chamar de meditação.

Separe
Multitasking é mito: até computador derrapa para fazer tarefas simultâneas. Se não for algo simples, como lavar louça e ouvir música, melhor fazer uma de cada vez.

Aliste-se
O ideal é fazer listas que você possa cumprir em um dia – uma semana já é muito tempo. Nunca coloque tarefas vagas, quanto mais específico, melhor.

Cuide-se
Exercício e dieta balanceada não aceleram só o metabolismo- eles aumentam o seu foco e sua concentração, permitindo que você complete seu trabalho em menos tempo.