domingo, 18 de julho de 2010

Skeletons in the Closet

A expressão em inglês “ a skeleton in the closet” (um esqueleto no armário) talvez sirva para ilustrar de alguma forma o ainda palpitante caso do goleiro Bruno. Até pouco tempo ele era um dos ídolos do Flamengo (time que inegavelmente possui a maior torcida desse país), era ovacionado e admirado onde quer que fosse e, de repente, seu mundo virou do avesso; de herói passou a ser visto como vilão, de “artista” do futebol tornou-se um assassino frio e calculista. As portas e janelas foram se fechando todas às suas costas, à medida que as investigações foram apontando cada vez mais a sua culpa. Agora eram milhões apontando-lhe dedos, outros milhares referindo-se ao seu infortúnio com escárnio. O paraíso de meses atrás havia se transformado em um inferno no qual talvez jamais tenha imaginado estar.

Obviamente não tenho como objetivo dizer que acredito na inocência do rapaz. Embora nossa lei diga que ninguém é culpado até que se prove o contrário, até agora tudo indica que ele participou dessa ação criminosa e, independente de ter sido o arquiteto ou executor do ato, deve pagar por isso na prisão. Minha reflexão segue em outra direção: e se ninguém tivesse descoberto esse crime? E se o fato tivesse passado despercebido como todas aquelas histórias que ouvimos dos “desaparecidos” da época da ditadura no Brasil, por exemplo? Quantos desconhecidos passam por nós todos os dias carregando consigo suas histórias secretas, e pior, quantos conhecidos nossos têm os seus esqueletos escondidos no armário? Adicione à receita e imagine os sociopatas e/ou psicopatas agindo “normalmente” no trabalho, no seu bairro ou até mesmo no seu grupo de amigos.

Todos temos os nossos segredos: situações embaraçosas, desvios de conduta, comportamentos dignos de crítica, talvez até de repulsa...erros de percalço que preferimos deixar velados e guardados lá no fundo do baú do passado, mas até que ponto esses desacertos poderiam mudar completamente nossas vidas? Os meus talvez me deixassem, no máximo, de castigo no sofá da sala... e os seus?

domingo, 11 de julho de 2010

De Volta ao Blog

Ler e escrever sempre foram duas das minhas paixões. Com o tempo, no entanto, a escrita foi ficando meio de lado, as crônicas da vida idealizada foram dando lugar à vida real, as poesias foram escasseando lentamente, já que seu combustível: a inefável sensação de pesar e amargor, felizmente, com o tempo também se esvairam. Ainda guardo, porém, em um blog arquivo "semi-morto", os últimos lampejos dessa fase criativa (pelo menos, na minha opinião):http://harrylopes.blogspot.com/.

Criei esse blog com o título de " Fill in the Blanks" com o simples intuito de compartilhar opiniões sobre os mais variados assuntos-em um espaço maior do que o permitido nas limitadas linhas do Twitter- e sugerir reflexões, antagônicas ou não, que venham completar os espaços (como sugere o título do blog) deixados por alguma de minhas humildes resenhas ou meros desabafos textuais. Essa é a idéia: escrever sobre qualquer assunto, sem preocupações de esmero com a forma e sem pretensões de um conteúdo machadiano.

Esse é o primeiro texto que elaboro (por motivos não profissionais) com mais de um parágrafo em cerca de 2 anos, e volto aos poucos a ter o prazer de ouvir na mente o som da minha própria voz (sempre achei isso engraçado) narrando as palavras uma a uma à medida que escrevo.

Então, virtuais, eventuais visitantes, sintam-se à vontade- se quiserem- leiam, discordem e fill in the blanks!